Lula tenta reunir líderes de esquerda, vê esvaziamento e admite fracasso no Mundo

Foto: Reprodução

Em entrevista publicada nesta terça-feira (14) pela revista norte-americana The New Yorker, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu a fragilidade atual da esquerda no cenário global. Lula contou que, ao tentar organizar uma cúpula internacional com líderes progressistas, acabou percebendo a escassez de nomes com esse perfil. “Quando nos sentamos para fazer a lista, descobri que não havia mais progressistas!”, revelou. Para contornar o problema, ele afirmou ter substituído o termo por “democratas”, o que lhe permitiu incluir nomes como Joe Biden e Emmanuel Macron.

Na conversa, Lula também demonstrou pessimismo quanto ao futuro da democracia. “O que vem a seguir, não sabemos”, declarou, apontando para o que considera uma crise institucional em diversas partes do mundo. Ele direcionou críticas ao ex-presidente Donald Trump, ao senador republicano JD Vance e ao empresário Elon Musk, acusando-os de minar pilares democráticos. A entrevista surpreendeu ainda por uma fala em defesa do livre comércio: “Aprendi com Reagan e Thatcher que o mundo deveria permitir que produtos e dinheiro circulassem livremente”.

Apesar de elogiar a China e manter sua posição de neutralidade diante da guerra entre Rússia e Ucrânia, Lula reiterou ter negado o pedido do chanceler alemão Olaf Scholz para vender mísseis ao governo ucraniano. “Não queria que nenhum ucraniano ou russo morresse com uma arma brasileira”, justificou. A revista descreveu o petista como um líder de esquerda com princípios firmes, embora a reportagem não tenha abordado críticas internas à sua gestão.

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