
A Santa Casa de Fortaleza está, mais uma vez, pedindo socorro. Como deputado estadual e cidadão cearense, é meu dever denunciar a grave situação que se instalou em uma das instituições de saúde mais tradicionais do nosso estado. Conhecida pela excelência em cirurgias e atendimentos médicos, a Santa Casa hoje se vê limitada e, ao que parece, esquecida pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de Fortaleza.
É assustador que, de mais de 50 cirurgias diárias, agora o hospital consiga realizar apenas oito por mês. Sim, apenas oito. Mais de 200 leitos, que poderiam estar ajudando a diminuir as filas de atendimento e reduzindo o sofrimento de milhares de pessoas, estão vazios. Não é por falta de estrutura ou de competência dos profissionais. É, claramente, uma questão de prioridade. Enquanto recursos públicos são desviados para gastos questionáveis, como viagens e jantares de gestores, a Santa Casa definha, deixando a população desamparada. A tabela do SUS está defasada, mas o problema maior é a falta de atenção e vontade política em alocar verbas para onde realmente fazem a diferença: salvar vidas.
Construir novos hospitais ou postos de saúde não basta. Não são as paredes que realizam cirurgias, mas os profissionais e a estrutura que já temos à disposição e que só precisa de incentivo para funcionar a pleno vapor. Se houvesse interesse genuíno em cuidar da população, colocar a Santa Casa de volta em operação máxima seria um dos primeiros passos e uma ação decisiva para resolver a crise no atendimento médico.
É mais barato e eficiente fortalecer o que já existe do que começar do zero. Resgatar a Santa Casa significa trazer alívio para as mais de 59 mil pessoas que aguardam uma cirurgia no Ceará. Não é pedir demais; é exigir responsabilidade com a vida e o bem-estar dos cearenses. O governo tem a chave para mudar essa realidade – só precisa decidir usá-la e dar uma resposta concreta àqueles que esperam.